alkantara

 alkantara adoptou o seu nome actual em 2005. Começou no ano de 1993 como uma pequena plataforma de dança portuguesa chamada Danças na Cidade, tendo como missão tornar visível o trabalho da primeira geração de coreógrafos de dança contemporânea em Portugal. O sucesso das primeiras edições desta plataforma levou à criação em 1995 da Associação Cultural Danças na Cidade e em 1996 à primeira atribuição de apoios governamentais multianuais.

 Com o passar dos anos, Danças na Cidade transformou-se num evento de dança de nível internacional que, mesmo relativamente pequeno e com fracos apoios financeiros, se tornou parte do calendário internacional de festivais, principalmente devido ao seu programa que aposta em novos valores e ao seu espírito único de intercâmbio cultural.

 Apesar de Danças na Cidade ser uma verdadeira história de sucesso, foram decididas duas importantes inovações depois da edição de 1997:
1) Numa era de rápida globalização, decidimos dar mais atenção aos artistas não europeus, de forma a mostrar uma visão mais diferenciada e menos eurocêntrica da criação contemporânea.
2) À medida que a cidade de Lisboa começava a receber um fluxo regular de programação cultural internacional, foi decidido fortalecer o papel da organização como um lugar de intercâmbioartístico.

 Há dez anos, a programação artística a nível global era ainda rara; foi decidido tornar o festival num evento bianual, de forma a torná-lo financeiramente possível. Este novo ritmo bianual iria permitir também um maior aprofundamento e alargamento das trocas artísticas nos anos intercalares. Um festival é por excelência um lugar de encontros, mas estes tendem a ser curtos e algo superficiais. A partir de 1998, Danças na Cidade começou a organizar regularmente eventos internacionais entre festivais, dedicados à formação, investigação artística e intercâmbios internacionais. Nos últimos dez anos centenas de jovens artistas de toda a Europa e do resto do mundo, encontraram aqui uma oportunidade para se reunirem, discutirem, trocarem experiências e criarem espectáculos, em lugares tão diferentes como Lisboa, Cabo Verde, Maputo, São Paulo, Rio de Janeiro, Girona, Cagliari, entre outros.

 No ano de 2005 Danças na Cidade foi rebaptizada ‘alkantara’. O âmbito do festival foi alargado da dança às artes performativas, e a sua base financeira diversificada, através de novas alianças com Município de Lisboa e parcerias com os teatros mais importantes da cidade. Ao mesmo tempo, criou-se uma ligação mais estreita entre o festival e os encontros internacionais e projectos de investigação realizados entre festivais. Em Junho de 2006, uma primeira edição extremamente bem sucedida do Festival alkantara confirmou as nossas opções: Danças na Cidade desapareceu, mas alkantara está para ficar.

 Al kantara” significa “a ponte” em árabe (Alcântara é também o bairro onde se situa a ponte sobre o rio Tejo em Lisboa).
É a nossa missão construir pontes entre artistas, culturas e diferentesformas de arte. Os principais objectivos da organização incluem:
  • Estimular o intercâmbio intercultural a nível local e internacional.
  • Estimular e internacionalizar a criação artística portuguesa.
  • Criação de programas de pesquisa e intercâmbio cultural.
  • Incentivar a criação de colaborações duradoiras e de redes culturais à escala europeia e global.
  • Estimular o debate sobre a diversidade cultural e o interculturalismo.
  • Lutar a todos os níveis contra a exclusão cultural – local, nacional e internacional.

 alkantara leva a cabo três tipos de eventos, organizados de forma bianual:
  1. o festival internacional de artes performativas alkantara, dedicado a apresentar novos valores obras de grande qualidade artística e à mobilidade internacional de artistas e obras de arte.
  2. projectos de colaboração internacional com organizações parceiras, dentro e fora da Europa, dedicados à pesquisa artística, criação e apresentação internacionais
  3. produção de artigos de divulgação internacional, como publicações, vídeo-documentários e publicações digitais

 É importante compreender a natureza simbiótica de todas estas actividades: os eventos de investigação dão azo a publicações e co-produções, que, por seu lado, são apresentadas no contexto do festival e outros projectos internacionais. No sentido oposto, o festival possibilita novos contactos e parcerias para projectos futuros.